Medo de se submeter à Ressonância Magnética?

(Entrevista feita comigo para a matéria publicada no jornal "O Vale", no caderno "Mais Saúde")


- Por que alguns pacientes sentem um pânico tão crônico que, muitas
vezes, precisam ser sedados para entrar no aparelho de ressonância
magnética?


  Mesmo nesses casos extremos em que o paciente precisa ser sedado para realizar o exame, essas reações de medo não caracterizam, necessariamente, Transtorno do Pânico. Crises de ansiedade e claustrofobia podem apresentar, nesses casos, sintomas semelhantes.  Nesse tipo de exame, essas reações extremas são geradas pelo desconforto do confinamento em um espaço tão limitado. Esse desconforto pode ser gerado por diferentes razões, tais como:

·    Desconforto pela sensação de limitação da mobilidade
·    Medo, mesmo que injustificável, de faltar ar nesse espaço
·    Associação com a idéia de estar dentro de um caixão funerário
·    Transtornos, como claustrofobia
 
- Quais são os sintomas mais comuns do pânico?

Forte sensação de terror, medo de morrer,  taquicardia, sudorese, falta de ar, tremor, sensação de fraqueza nas pernas, tontura, sensação de perda da consciência e desmaio, amortecimentos de pernas e braços. Parte desses sintomas também pode ocorrer em casos de crises de ansiedade e claustrofobia.
 
- Como as pessoas podem acalmar essa sensação ruim de ter que ficar
presos em uma máquina como essa? Tem como se controlar?

Depende de cada caso, do grau de desconforto em estar em espaços confinados e da capacidade do indivíduo em desviar o foco dessa sensação ruim. Essas sensações podem ser amenizadas com a consciência de que esse exame é assistido por uma equipe médica, de que o paciente não está sozinho e esquecido ali e de que o procedimento pode ser interrompido a qualquer momento.
 
- Um aparelho maior e mais largo pode melhorar a situação?

Pode, para alguns pacientes. Em casos em que esse medo de confinamento é extremo, tais como pessoas que têm medo de andar em elevador, avião, somente essa medida não irá resolver. Essas pessoas  devem ser encaminhadas para acompanhamento psicológico e, em muitas vezes, psiquiátrico.