( artigo escrito por Fernanda Abatepaulo Linhares Guimarães)
A morte é a única certeza de nossas vidas. Essa
certeza vem da constatação da finitude da vida.
Por que nos sentimos tão ameaçados frente à
morte de um ente querido?
Quando perdemos uma pessoa querida, além da angústia
e tristeza que a saudade nos impõe, também nos sentimos ameaçados frente à sua
morte. Esta nos aproxima da nossa própria condição humana e do fato de que a
morte também nos permeia, e fatalmente nos atingirá um dia. Isso nos torna
ainda mais vulneráveis, em um momento que já é tão difícil.
O que
é o Luto?
Para Freud (1916) “luto é a reação à perda de um ente
querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido,
como o país, a liberdade, o ideal de alguém e assim por diante”.
Aqui, vamos nos ater à perda de um ente querido. É importante ressaltar que o luto é um
processo que se inicia com a perda propriamente dita e se desenrola até o
período de sua elaboração – quando o indivíduo enlutado volta-se, novamente, ao
mundo externo.
Para a Psicanálise, desde que o luto seja superado,
ele não é considerado uma condição patológica, mesmo que traga consigo grandes
mudanças no estilo de vida de quem o vivencia, tal como a perda de interesse por
atividades do cotidiano e pelo convívio social.
Como
identificar o processo de enlutamento?
Cada indivíduo reage ao luto de forma distinta, variando
de acordo com sua estrutura emocional, suas vivências e sua capacidade para
lidar com perdas.
É fundamental que esse processo de enlutamento seja
vivenciado até que ele seja superado, para que a dor da perda não fique
reprimida e se manifeste posteriormente como algum outro sintoma. Esse é um
processo lento e sua melhora gradual, com período de duração variável para cada
pessoa.
O processo de enlutamento é, normalmente, vivenciado através
de um ou mais sintomas abaixo:
· Entorpecimento -
O indivíduo recentemente enlutado sente-se descrente, em choque, atordoado,
desamparado. Isso acontece devido à dificuldade em aceitar a perda.
· Negação – Se
apresenta como mecanismo de defesa frente a essa situação tão dolorosa.
· Anseios - Crises
intensas de choro e Dor profunda – A
perda pode gerar um grande anseio por reencontrar a pessoa morta. A
impossibilidade desse reencontro pode gerar crises intensas de choro e dor
profunda, assim como uma preocupação excessiva com seus pertences e objetos que
tornem sua lembrança viva.
· Culpa – Em muitos
casos, esse sentimento é bastante presente. O enlutado pode, ao relembrar
alguns eventos vivenciados com a pessoa morta, achar que deveria ter agido de
forma diferente nessas ocasiões, ou, até mesmo, que poderia ter evitado sua
morte.
· Raiva, desespero,
falta de prazer e hostilidade - Muitas vezes, o enlutado se volta contra
amigos, familiares, médicos, Deus e, quando há o sentimento de culpa, contra si
mesmo. Ele pode vir a se afastar dos amigos e do convívio social assim como perder
o prazer e interesse no mundo externo, tanto em atividades novas quanto costumeiras.
Como superar o Luto?
A superação do luto se inicia quando o enlutado passa
a construir um novo tipo de vínculo com a pessoa morta, fazendo com que a
relação seja preservada em outro patamar, ou seja, quando o indivíduo falecido
é internalizado, continuando, assim, a viver no mundo interno do enlutado.
O sofrimento começa, então, a diminuir e ele torna a
resgatar laços sociais, retomando vínculos antigos e construindo novas relações.
Podem ocorrer recaídas, principalmente em datas que
lembrem o indivíduo falecido, como aniversários de nascimento ou de morte, porém
o apoio e a compreensão, tanto dos amigos quanto dos familiares, ajudarão a
fazer do processo de enlutamento algo mais suportável.
Com o tempo, o enlutado volta a se inserir no mundo
externo de modo pleno e, normalmente, com sua capacidade de suportar perdas aumentada,
amadurecida.
Artigo publicado em:
- Revista Medicando: http://asp-br.secure-zone.net/v2/index.jsp?id=1740/1863/1749&startPage=30
- Revista Vigor:
http://www.revistavigor.com.br/2011/01/28/luto-como-processo-natural-da-condicao-humana/
- CASULO- Associação Brasileira de Apoio ao Luto: http://www.grupocasulo.org/
- Psicologado Artigos: http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-hospitalar/luto-como-processo-natural-da-condicao-humana
- Instituto Ciclo - Instituto de Psicologia em Perdas e Luto: http://www.institutociclo.com.br/perda-lutos/26
- Revista Medicando: http://asp-br.secure-zone.net/v2/index.jsp?id=1740/1863/1749&startPage=30
- Revista Vigor:
http://www.revistavigor.com.br/2011/01/28/luto-como-processo-natural-da-condicao-humana/
- CASULO- Associação Brasileira de Apoio ao Luto: http://www.grupocasulo.org/
- Psicologado Artigos: http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-hospitalar/luto-como-processo-natural-da-condicao-humana
- Instituto Ciclo - Instituto de Psicologia em Perdas e Luto: http://www.institutociclo.com.br/perda-lutos/26
- Amigos Solidários na Dor do Luto: http://amigossolidariosnoluto.blogspot.com/
- Comentarium: http://www.comentarium.com.br/blog-post.jsp?blogPostID=2717744http://noturnal.wordpress.com/category/blog/
- Brasil Escola: http://meuartigo.brasilescola.com/psicologia/luto-como-processo-natural-condicao-humana.htm
- Quebra-Tabu - Liberdade sem Fronteiras: http://quebratabu.com.br/category/blog-da-redacao/
- Blog Vale Saúde: http://www.blogvalesaude.com.br/luto-um-processo-natural-da-condicao-humana/