O texto abaixo é um trecho do artigo contido no livro "ALÉM DA SINOPSE", escrito pelo Especialista em Sociologia e Educação Roberto Guimarães e por mim.
Para ler o texto completo, além de outros artigos como este, adquira o livro "ALÉM DA SINOPSE - A Arte imita a Vida", disponível no site Clube de Autores
O filme se ambienta em um cenário apocalíptico, no qual a sociedade
está em ruínas e, consequentemente, com suas leis e costumes completamente
modificados. O protagonista tem seu carro roubado e empreende uma odisseia para
recuperá-lo. Nessa busca, submete-se a situações extremas e comete atos de
todas as naturezas. O filme é conduzido de tal maneira que se torna inevitável
a pergunta: por que ele quer o carro de volta? O que tem ali de tão importante?
Infelizmente, houve muita insatisfação por parte de alguns espectadores
quando o protagonista, após ter seu veículo recuperado, finalmente respondeu à
inquietante curiosidade ao apresentar o conteúdo em seu porta-malas: seu
cachorro de estimação. O detalhe mais inusitado é que o animal já se encontrava
morto desde que seu carro foi alvo dos ladrões. Em vez de acalmar os espíritos,
isso levantou outras tantas perguntas que refletiam descontentamento: por que
tanto esforço para recuperar seu cão, ainda mais se já não estava mais vivo? Com
tanta coisa com que se preocupar – a sobrevivência, por exemplo –, por que
perder tempo e se expor ao risco dessa maneira?
Apesar de tais questões pretenderem denunciar uma possível contradição,
a de que ninguém são o suficiente se dedicaria a recuperar um cadáver de um
animal caso se encontrasse em situação tão calamitosa quanto a do protagonista,
ela é apenas aparente. Vejamos por quê.