Das Fremde in Mir - O Estranho em Mim: O Absurdo da Incondicionalidade do Amor

O texto abaixo é um trecho do artigo contido no livro "ALÉM DA SINOPSE", escrito pelo Especialista em Sociologia e Educação Roberto Guimarães e por mim.

Para ler o texto completo, além de outros artigos como este, adquira o livro "ALÉM DA SINOPSE - A Arte imita a Vida", disponível no site Clube de Autores






AVISO: o texto abaixo contém SPOILERS

O filme O Estranho em Mim aborda um tema bastante controverso: a depressão pós-parto. A jovem protagonista vivia aparentemente bem com seu marido até o nascimento do filho. Após o parto, começa a apresentar sinais de tristeza profunda, irritabilidade na presença do bebê e frieza com o marido e com as responsabilidades da maternidade. Dois acontecimentos extremos ilustram bem sua situação: um dia, no ônibus, percebe que esqueceu a criança na rua; em outro momento, enquanto dava banho no recém-nascido, vê-se tentada a afoga-lo.

O marido mal para em casa por conta do trabalho. O diálogo entre eles é superficial. Certo dia, ao acordar, a jovem mãe acorda, levanta-se e simplesmente foge. Caminha sem rumo até um bosque e se lança ao chão, sem forças. É encontrada horas depois por um grupo de garotos e levada ao hospital. Ao ser encaminhada a um psicólogo, é diagnosticada com depressão pós-parto.

Atualmente, nossa sociedade atribui à maternidade um valor muito significativo. São frequentes discursos do tipo “a vida só faz sentido na maternidade” ou “só se conhece a felicidade ao ser mãe”. Tal mentalidade, por incrível que pareça, é bastante recente na história da humanidade. O papel da mulher na relação com os filhos não foi sempre pautado na ideia de amor incondicional e acolhimento.