The Blair Witch Project - A Bruxa de Blair: O Poder da Imaginação

O texto abaixo é um trecho do artigo contido no livro "ALÉM DA SINOPSE", escrito pelo Especialista em Sociologia e Educação Roberto Guimarães e por mim.

Para ler o texto completo, além de outros artigos como este, adquira o livro "ALÉM DA SINOPSE - A Arte imita a Vida", disponível no site Clube de Autores





AVISO: o texto abaixo contém SPOILERS


O primeiro filme sobre a lenda da bruxa de Blair trata da história de três jovens que saem em busca de informações sobre os acontecimentos macabros que assolaram uma pequena comunidade. O objetivo é produzir um documentário sobre a bruxa, tendo como ponto de partida o desaparecimento de crianças da região. Após entrevistarem os habitantes do local, os jovens adentram uma floresta à procura dos locais referidos na lenda. Misteriosamente se perdem e passam a vivenciar estranhos acontecimentos.

O filme foi, de maneira geral, um sucesso do terror, porém gerou muitas reclamações com relação ao fato de que “não mostrava nada”, fato pouco comum a este gênero. Também foi criticado quanto ao final, com a alegação corrente de que não fazia sentido, que não apresentava efetivamente uma conclusão.

De nossa parte, classificamos o fim do filme como arrebatador, portanto, sugerimos um pouco mais de atenção do espectador aos detalhes que são informados durante as entrevistas que os protagonistas realizaram e que se referem à maneira como os assassinatos das crianças se deram. As últimas cenas sugerem que o mesmo aconteceu com os personagens, o que pode ser confirmado quando Heather vê o amigo em pé, com o rosto voltado para o canto do pequeno cômodo no qual se encontram. Subitamente sua câmera cai e o filme se encerra.

Quanto ao fato de “não mostrar nada”, entendemos que é justamente esse o elemento que possibilita tamanha tensão durante o filme. A direção criou a narrativa a partir de edições de imagens supostamente gravadas pelas câmeras carregadas pelos próprios jovens, o que inseriu o espectador diretamente na cena, em primeira pessoa. A partir dessa imersão, o ambiente no qual se passa a história e os sons utilizados – vozes de crianças, ventos em folhagens, gritos dos protagonistas – tornaram-se propícios para o trabalho imaginativo.