Captain Phillips – Capitão Phillips: A Indústria Cultural e o reforço à Ideologia Dominante


O texto abaixo é um trecho do artigo contido no livro "ALÉM DA SINOPSE", escrito pelo Especialista em Sociologia e Educação Roberto Guimarães e por mim.



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AVISO: o texto abaixo contém SPOILERS.

Baseado em uma história real, o filme Capitão Phillips narra um episódio incomum na vida de Richard Phillips, durante uma navegação que realizava com a embarcação da qual era o responsável. O objetivo de sua viagem era levar cargas do porto de Omã para Mombaça, no Quênia. Quando, porém, atingiu as proximidades da Somália, que enfrentava severas dificuldades políticas e econômicas, teve seu navio atacado por piratas.

Como se pode facilmente prever, o capitão resiste bravamente ao ataque e tenta defender ao máximo sua tripulação. A marinha é envolvida nas tentativas de resgate e, ao final, Phillips se torna o herói da história.

No início do filme, a esposa de Phillips o leva ao porto para que possa embarcar em mais uma jornada de trabalho ao mar. Entre outros assuntos, inicia-se uma discussão sobre o futuro do filho e o desejo de Phillips de que “tome um rumo na vida”. O Capitão apresenta uma visão impregnada de senso comum, como a ideia de que sem diploma de um curso superior o indivíduo não é ninguém, por exemplo.

Discursos como esse povoam a imaginação das pessoas. O curioso é que muitas delas não têm ideia dos fatores que estimulam a adoção de tais “verdades”. A constituição de referenciais de sucesso, de propósitos de vida, de realização pessoal, de felicidade, entre muitos outros, não acontece de maneira independente do meio social. Os conceitos e valorizações realizados coletivamente permeiam a consciência de cada indivíduo e os submetem quanto menor for sua autonomia.