O texto abaixo é um trecho do artigo escrito pelo Especialista em Sociologia e Educação Roberto Guimarães e por mim.
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AVISO: o texto abaixo contém SPOILERS.
Mãe é um filme que mostra a vida de um casal na qual o marido é uma celebridade em ascensão. No início, o par vivia tranquilamente até o momento em que começa a receber estranhas visitas. Os desconhecidos estendem sua permanência na casa dos protagonistas ao ponto da inconveniência e, se inicialmente a convivência havia sido respeitosa e tranquila, logo afeta as dinâmicas de vida dos anfitriões.
Mais e mais pessoas começam a se envolver de maneira súbita e desavisada no cotidiano da dupla. O marido parece à vontade com a caótica interferência dos estranhos, enquanto a esposa grávida vê sua paz ser abalada. A interação entre o número crescente de indivíduos provoca incidentes cada vez mais agravados: irmãos disputam uma herança, crimes são cometidos, seitas se estabelecem e realizam ali seus rituais, a casa é destruída pela superpopulação, enfim, episódio surreais passam a fazer parte da rotina do jovem casal.
Um dos aspectos simbólicos do filme é muito interessante e parece indicar as consequências da influência de uma celebridade quanto maior sua popularidade. Quando mencionamos influência não somente nos referimos àquilo que a celebridade efetivamente quer causar conscientemente, mas às interpretações que os fãs fazem de sua figura e como tal idealização os move, mesmo que a contragosto do ícone adorado. Neste aspecto, o filme é bastante apropriado, pois mostra as consequências mais obscuras da veneração.