O texto abaixo é um trecho do artigo contido no livro "ALÉM DA SINOPSE", escrito pelo Especialista em Sociologia e Educação Roberto Guimarães e por mim.
Para ler o texto completo, além de outros artigos como este, adquira o livro "ALÉM DA SINOPSE - A Arte imita a Vida", disponível no site Clube de Autores
AVISO: o texto abaixo contém SPOILERS.
Anon é um filme de ficção científica no qual todas as pessoas estão conectadas a um sistema denominado ETHER. O acesso ao mundo virtual não se dá por intermediadores como computadores ou smartphones, mas por meio de tecnologias instaladas nos corpos humanos.
Nesse mundo, tudo o que os indivíduos veem é registrado no sistema e pode ser acessado pelas forças policiais. Uma consequência de realidades dominadas pela vigilância, tal como a apresentada no filme, é a redução dos esforços para a educação e formação morais; ali, qualquer desvio de conduta é captado e pode incriminar o sujeito. Outra consequência da vigilância constante é a mudança no papel investigativo da polícia. Não há mais a necessidade de levantar informações que possam ajudar a elaborar cenários e circunstâncias de crimes; os fatos estão registrados, já que as vítimas, testemunhas e criminosos não podem se desconectar. Basta, então, acessar no ETHER as “memórias”.
Apesar da captação dos acontecimentos, há hackers capazes de bloquear ou alterar as informações da rede. Um deles está cometendo uma série de crimes e se utiliza de edições dos fatos para se tornar invisível. O filme deixa transparecer a ideia de que tal criminoso, supostamente uma mulher com o pseudônimo Anon, consegue a invisibilidade por não se registrar ou atuar no universo “virtual” – exceto quando está hackeando –, o que para uma realidade na qual a maioria está obrigatoriamente conectada é algo impensável.
É interessante como, já hoje, o indivíduo que não participa ativamente das redes sociais “virtuais” ou não possui acesso às ferramentas de comunicação mais populares, como o WhatsAPP, torna-se parcialmente invisível e excluído.